quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A maior de todas

http://emilezola.free.fr

Pourquoi la souffrance d'une bête me bouleverse-t-elle ainsi? Pourquoi ne puis-je supporter l'idée qu'une bête souffre, au point de me relever la nuit, l'hiver, pour m'assurer que mon chat a bien sa tasse d'eau? [..]
Pour moi, je crois bien que ma charité pour les bêtes est faite de ce qu'elles ne peuvent parler, expliquer leurs besoins, indiquer leurs maux. Une créature qui souffre et qui n'a aucune moyen de nous faire entendre comment et pourquoi elle souffre, n'est ce pas affreux, n'est ce pas angoissant? (Émile Zola - Le Figaro, 24 mars 1896).

Nada me angustia mais do que o sofrimento animal. Isso desde a infância (sim, eu fui uma criança angustiada que chorava quase todo domingo sem saber o porquê). Andei de olhos fechados até pouco tempo, mas agora, na virada dos trinta, a coisa ficou insuportável e eu parei com a carne. Ou quase, pois tenho cedido a alguns apelos familiares e ao medo de perder a saúde, que é medo infundado e irracional, eu sei, mas sou pessoa medrosa. Parei (quase) com a carne, mas não com o leite e, caramba, como sofrem as vaquinhas! Elas são inseminadas artificialmente para parirem constantemente e produzir leite em tempo integral. Vivem confinadas e são turbinadas com hormônios para produzir mais e mais. Seus bezerros viram babybeef ou, se fêmeas, seguem para a criação em confinamento para futura produção de mais leite.
Sinto culpa, muita culpa e medo, muito medo. Ouço falar de gente feliz e contente que só come frutas e tem saúde de sobra. Mas tem também aquela outra gente que perdeu quase todos os cabelos porque de bicho não comia nada. Será que encontro pela internet um simulador de carequice? Sim, porque não quero mais contribuir com isso. Nenhuma crítica a quem não vê problema em consumir carne e outros alimentos de origem animal, mas quero viver mais de acordo com o que penso, e sinto, e acredito. Viver de bem comigo.

Ah, e Émile, je t’aime.

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